A BOLHA
A BOLHA
20 de janeiro de 2022 – Educação

Depressão, suicídio, abandono, muitas são as consequências da solidão as quais fazem com que esse problema se torne uma questão de saúde pública. Em relação a isso, é importante ter em mente que a solidão na sociedade contemporânea se origina na falta de relações concretas, tendo em vista a liquidez e futilidade dos relacionamentos atuais. Sendo assim, a cura para essa doença chamada solidão somente pode ser alcançada mediante uma integração genuína e afetiva dos segmentos postos à margem da sociedade, como os jovens excêntricos e os idosos. Segundo o discípulo, Marcos Evangelista, não existe amor maior entre os homens do que aquele entre amigos que se sacrificam uns pelos outros. Nesse sentido, a solidão entre os jovens da sociedade atual acontece justamente pela falta dessa forma de amor, pois o conceito de amizade de hoje está muito mais relacionado a status social do que companheirismo de fato. Dessa forma, os jovens os quais buscam tal forma de amor e camaradagem não a encontram, e em virtude disso são tratados como ‘’excêntricos’’, acabando solitários em um mundo de futilidade e liquidez. Ao passo que essa solidão se torna constante, os resultados podem ser sentidos no aumento progressivo de casos de depressão e suicídio entre a juventude.Assim, para evitar que a solidão se torne um problema ainda maior para a saúde pública é preciso que a família e a escola mostrem aos jovens valores concretos sobre amizade e camaradagem. Outro segmento muito afetado pela solidão são os idosos, tendo em vista os empecilhos postos pelos conflitos de gerações e pela vulnerabilidade física causada pela idade. Do mesmo modo que os jovens não encontram uma amizade verdadeira devido a liquidez das relações, os idosos também não se adaptaram a falta de afetividade genuína da sociedade contemporânea. Consequentemente, por não estarem habituados aos mecanismos de relação atuais, os idosos acabam muitas vezes sendo vítimas de abandono e terminam vivendo os últimos anos de suas vidas em asilos, longe de suas famílias e sem ninguém ao seu lado. Por tudo isto, a solidão passa a ser não apenas um problema de saúde pública como também uma questão humanitária, uma vez que ela coloca aqueles por ela afetados em uma cruel situação emocional. No mundo atual, o individualismo é algo tão forte que os indivíduos passaram a viver dentro de bolhas, as quais impedem a construção de relacionamentos concretos e duradouros. Dessa forma, a família e a escola precisam se unir para promover a integração da juventude mediante palestras, atividades em grupo, e diálogos abertos. Além disso, é preciso também promover a integração dos idosos por meio de programas sociais como aqueles propostos pelas escolas de língua estrangeira, as quais estabelecem diálogos entre idosos e alunos, ocasionando um aprendizado construtivo e humanitário. Portanto, é preciso reviver na sociedade contemporânea os sentimentos concretos para combater a insensibilidade que provoca a solidão. Autor: Arthur Brandão