A GRAÇA DE UM AMIGO

20 de janeiro de 2022 – Educação

Já se falou muito da amizade. Mas, mesmo assim, resolvi falar sobre o assunto. Há muito tenho pensado sobre a necessidade de encontrar um amigo, mas aquele verdadeiro. Sim, porque amigo verdadeiro é aquele que posso partilhar a minha intimidade, e se não puder assim fazer, não posso chamá-lo de amigo. Amigo verdadeiro, aquele amigo do peito, é reciprocidade, é correspondência mútua, mas, acima de tudo, é lealdade. A lealdade é tanta que posso despir-me da minha intimidade para falar sobre mim, sem medo ou pudor, sem cobranças. É ter a certeza da confiança que meu amigo, sempre e para sempre, vai continuar sendo meu amigo. Amizade é sentimento bom, é tão bom que posso ficar anos, meses e dias sem ver meu amigo, e quando torno a vê-lo parece que o tempo não passou, a cumplicidade é a mesma, e retomamos exatamente, de onde paramos. Amizade verdadeira é passar horas com o amigo falando mil coisas ao mesmo tempo e, ainda, no final da conversa, acreditar que não deu tempo para nada. A amizade verdadeira, aquela vinda do coração, dos mesmos gostos e pensamentos, é livre, sem cobranças de tempo, de telefonemas, de afetos. É prazer confortável. Assim, é preciso e urgente ter um amigo verdadeiro para que possamos desabafar, chorar, mas acima de tudo rir, e rir muito. Preciso muito saber que tenho um amigo, como o que cita Clarice Lispector: “Um amigo meu me chamou para cuidar a dor dele, guardei a minha. E fui.” Piti Ochoa Ughini 24/03/2015