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A HORA DO BASTA!

A HORA DO BASTA!

20 de janeiro de 2022 – Educação

“É horrível assistir a agonia de uma esperança”. Essa máxima da ilustre feminista Simone de Beouveir relaciona-se com a mais extrema violência contra as mulheres: o feminicídio. Percebe-se, na verdade, que quando se trata desse tipo de violência, todos os aspectos giram em torno da discriminação de gênero, pois as estruturas sociais arcaicas e a vulnerabilidade feminina persistem como forma de dominação. Contudo, o sofrimento causado por mortes violentas e de vítimas inocentes são uma lastimável perda para a sociedade, visto que confirma um silêncio social diante da última etapa de um ciclo de violência, que está longe de ter sua esperança lograda. De certo modo, as estruturas de relacionamento em âmbito doméstico, familiar e na própria sociedade, são arraigadas no patriarcalismo, pois desde a Roma Antiga, a mulher era vista como um objeto de posse, primeiramente do pai, e, posteriormente, do marido. Por isso, deveria ser submissa e acatar as ordens do chefe familiar. Por esse viés, o conservadorismo que perdura em milhares de lares, cria-se um clima de terror que gera a violência física, psicológica e sexual, reitera a fragilidade da figura feminina que se cala por vergonha social, medo do agressor. E, dessa forma,vive a mulher em um constante sofrimento silencioso. Esse crime de ódio causa a destruição da identidade da mulher, a perda de sua dignidade e a mutilação psicológica pelos atos cruéis e degradantes. Nesse sentido, a sociedade percebe o aumento gradativo dessa violência que já é sistêmica, fica ainda maior diante da inoperância do Estado em relação à impunidade dos agressores. Por tudo isso, o sofrimento de famílias dilaceradas pelo machismo extremado, o amedrontamento da figura feminina no contexto social, são perdas para toda a sociedade, uma vez que, não há empatia e engajamento social pela causa. Além disso, a insegurança ao sair nas ruas também é encontrada dentro do próprio lar e não se restringe à classe social, estado civil, idade ou escolaridade. Sendo assim, as brigas no seio familiar ultrapassam os limites de meros conflitos, e devem ser interpretadas como questão de segurança pública, merecendo atenção especial do Estado. Portanto, para que o feminicídio saia da invisibilidade e seja discutido como pauta de violação dos direitos humanos das mulheres, é preciso que haja o empoderamento da figura feminina, que se dá por meio de eventos motivacionais que exemplifiquem os direitos das mulheres, quebre o paradigma da submissão ao homem e rompa o silêncio e a vergonha, denunciando casos de violência. Desse modo, a mulher deve entender que não está sozinha nessa luta. Profissionais da saúde podem repassar suas experiências nessa área, conversando sobre o assunto e podendo prevenir muitos finais infelizes. Por outro lado, a escola deve ensinar e fomentar a igualdade de gênero e o respeito aos diferentes sexos, fundamentando que direitos e deveres são de todos os cidadãos, independentes de suas distinções morfológicas, raciais ou culturais. Os professores devem dialogar sobre o tema, para que os próprios alunos sejam fiscais em suas residências, e aprendam a importância da denúncia para a preservação da integridade feminina. Autora: Gabriela Maria Gioveli

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