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FEMINICÍDIO: O AUGE DO ABUSO

FEMINICÍDIO: O AUGE DO ABUSO

20 de janeiro de 2022 – Educação

Machismo, abuso físico e psicológico, falta de segurança, muitos são os caminhos que levam ao feminicídio. Nessa lógica, é importante reconhecer que o feminicídio não é uma tragédia repentina, mas, sim, a máxima expressão deum processo progressivo de menosprezo à importância do papel feminino na sociedade. Segundo a pensadora Simone De Beauvoir, sempre que as mulheres tentam reivindicar direitos iguais aos dos homens, a sociedade as acusa de agirem como ‘’machos’’. Seguindo esse pensamento, é inegável que a sociedade sempre colocou e ainda coloca o homem em condição de superioridade às mulheres, legitimandoo mito machista de que o papel masculino é mais importante do que o feminino. Dessa forma, o feminicídio é a máxima expressão desse mito falacioso, sendo a tentativa mais eficiente desse “status quo” perverso de sustentar as fundações de uma sociedade machista decadente. Por tudo isto, a melhor forma de responder à questão do feminicídio no Brasil é por meio do ativismo feminista, que busca empoderar as mulheres e destruir o pensamento machista. Entretanto, a questão do feminicídio não será resolvida apenas com palavras bonitas e movimentos ativistas, é preciso, ainda,muito mais. É preciso um esforço conjunto da sociedade. Seguramente, os indivíduos que se omitem frente a uma situação de agressão ou assédio de um homem contra uma mulher, independentemente do parentesco do homem com a vítima, também estão compactuando com um possível feminicídio, tendo em vista que o silêncio é uma forma de concordância com o ato. Por isso, as delegacias de proteção a mulher precisam deixar de serem protetoras apenas no nome, pois devem passar a cumprir o papel que a legislação exige delas, disponibilizando a segurança necessária às vítimas que denunciam seus agressores. Sendo assim, a desvalorização do papel feminino na sociedade o qual conduz para o feminicídio não passa apenas por uma exclusão de direitos, mas também por uma omissão e descaso do Estados e dos dispositivos e agentes de segurança frente às inúmeras formas de violência de que são vítimas as brasileiras. Portanto, para responder à questão do feminicídio no Brasil, é necessário um esforço comum da sociedade. Para tal, as escolas devem realizar palestras que busquem ensinar seus alunos desde cedo sobre a importância do respeito mútuo entre homens e mulheres, de forma a criar na sociedade do futuro a noção de que igualdade de direitos e respeito é algo natural e necessário. Do mesmo modo, o Estado precisa garantir o cumprimento da lei, punindo de forma exemplar os agressores e assediadores, para que as mulheres vítimas de violência se sintam seguras para denunciar antes do pior acontecer. Autor: Arthur Brandão

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