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HOJE BEIJA, AMANHÃ NÃO BEIJA

HOJE BEIJA, AMANHÃ NÃO BEIJA

20 de janeiro de 2022 – Educação

Amar, como é difícil definir este verbo. Hoje, sua carga semântica perdeu tanto valor com o tempo que, pouco ainda se sabe sobre o verbo. Relações líquidas, ligeiramente fragmentadas e frágeis, o amor perdeu seu valor, ou melhor, é vendido em qualquer esquina das mais variadas formas e preferências do consumidor. Mário de Andrade já descrevia o amor contemporâneo em sua obra: “Amar, verbo intransitivo”, ao passo de absorver Elza como iniciadora amorosa de Carlos. Na mais pura verdade, Elza é uma espécie de prospector sexual, então, quantas pessoas que, como Elza, vende seu amor “fajuto” na sociedade. Mário de Andrade antevê amar como verbo intransitivo, para argumentar que, este não necessita complemento. Em equívoco, sabe-se que amar precisa sim, de complemento e também, de cooperação de ambas as partes, necessita compreensão, muito carinho, digas se de passagem, atenção e companheirismo. Descrevendo as relações contemporâneas, o grande escritor Carlos Drummond, em sua obra, define quase como real ao indicar o poema: “Não se mate”. O eu – lírico descreve o amor fragmentado quando apresenta o verso: “... o amor é isso que você esta vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo e segunda – feira, ninguém Sabe o que será”. O trecho descrito por Drummond sintetiza completamente as relações de hoje. Assim, formaliza-se a ideia de que o amor perdeu seu valor real, são as Elzas, são os beijos arranjados, alguns dos fatores de degradam o amor. Vender amor é tão moderno, ao mesmo tempo tão fragilizante. Assim, forja-se a intansitividade de amar, pois, já que se pode comprar em qualquer esquina. Compreender o próximo, dar e receber carinho em troca de uma relação concreta e durável, logo, é tudo o que o amor contemporâneo já não pode oferecer em seus pacotes de venda. Juliano Guerra Casagrande

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