O VAZIO DO NINHO – A SAUDADE DE NOSSOS FILHOS 2
O VAZIO DO NINHO – A SAUDADE DE NOSSOS FILHOS 2
20 de janeiro de 2022 – Educação
Um dia escrevi sobre O NINHO VAZIO- a pior das saudades. Naquele dia, o meu coração estava apertado com a saída do meu segundo filho de casa. Sabia que a saudade seria enorme, já tinha vivido a saída de casa de minha filha. Hoje, depois de alguns anos, o sofrimento é o mesmo quando eles passam alguns dias em casa e logo partem. Quando chegam, tanto eles quanto nós, custamos a nos acostumar com a casa cheia. Nós no comando, eles desacostumados com regras e horários. Nós, imaginando que fossem as nossas crianças, eles não entendendo porque se consideram adultos. Eles querendo chamar atenção para o carinho, para a sua presença, nós nos confundindo como devemos fazê-lo. Aí, de repente, todos nos entendemos. Ouvimos a música alta vinda do quarto e adoramos, eles correndo para nossa cama para um abraço. Novamente, os almoços cheios de conversas, trocas, risos, discussões, pontos de vista diferentes. Assim, vamos passando os dias felizes, cheios de amor de uma família completa. E os dias passam lentamente, e muito rápidos. Ficamos planejando o próximo feriado, o valor das passagens de avião, os dias possíveis sem provas e compromissos. Sonhamos felizes com o próximo encontro. E vamos levando... Quando menos esperamos chega o dia de arrumar a mala. Na corrida, busco deixar as roupas limpas, passadas. Recomendo para não esquecer remédios se, por acaso, der dor de garganta, alergia... Recomendo em mil vezes dos perigos das ruas, do trânsito. E lá vão eles. Coloco no ônibus, no avião pela distância...nós chorando aqui, eles chorando lá. Eu prometo todas às vezes que não vou sofrer, porque sei que nossos filhos são filhos da vida. Mas juro! É impossível. Choro, choro. Entristeço quando passo pelos quartos vazios com o cheiro que ficou no ar. Com um copo esquecido ou chinelo ao lado da cama. Por dias e noites, choro de saudade, não me acostumo. Acho uma pena vivermos longe de nossos filhos. Perdemos desfrutar de seus risos, de suas histórias de adolescentes. Perdemos os infinitos beijos, os muitos abraços, as noites de filmes, perdemos até as discussões políticas. Perdemos, perdemos. O que me conforma é que estão construindo sua vida da melhor maneira possível. Fomos e somos o norte. Dizem que “a laranja não cai longe do pé”. Relaxo e vou tentando conformar-me, na espera do ninho, novamente, cheio. Hoje é domingo, dia da família. Acho que é por essa razão que escrevi O NINHO VAZIO – a pior das saudades. Piti Ochoa Ughini